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CONJUNTURA: “Fator Eduardo Cunha e Momento Atual”

24 de Agosto de 2015 às 00:00


Um dado que realça a questão, atual, do “protagonismo” do parlamento em relação à pauta de votações. O Plenário da Câmara aprovou entre os meses de fevereiro e março, do corrente ano, (a título de amostra) o maior volume de proposições em relação ao total aprovado no mesmo período nos últimos 20 anos. O ritmo acelerado de votações tem sido uma das marcas da gestão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Nesse período, por exemplo, o plenário da Câmara aprovou 29 propostas, com destaque para projetos de lei e projetos de lei complementar (24), contra apenas uma medida provisória – instrumento que o governo usa para legislar ou “acelerar” a apreciação de determinada matéria.

              

  Na questão da tramitação e votação da Reforma Política, o Presidente Eduardo Cunha impôs sua vontade. Dessa forma, na última semana de maio, após uma intensa articulação de bastidor do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a Casa aprovou uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que regulamenta a doação de empresas privadas a partidos políticos, contrariando votação derrotada (de tema) semelhante em menos de 24 horas.

          

      Em relação  apreciação da PEC da Maioridade Penal ocorreu processo semelhante de pressão e imposição da pauta e repetição de votação de uma PEC “derrotada” em menos de 24 horas. 

 

Nesse sentido, as repercussões das votações ( como no caso da Reforma Política no que diz respeito ao financiamento privado de campanhas), exemplificada na afirmação irada do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) "não tem muita credibilidade há muito tempo" e, isso vai de encontro a pesquisas que apontam que a instituição possui uma confiabilidade maior que o próprio Congresso Nacional; A crítica veemente do Presidente Eduardo Cunha foi feita depois que a entidade encomendou pesquisa do instituto Datafolha para sondar a opinião da população em relação ao financiamento privado de campanhas. O resultado é que 74% dos eleitores são contrários.

 

É visão corrente que o atual Congresso Nacional, é o mais conservador desde a ditadura militar, e tem mostrado que a agenda (redução de direitos trabalhistas, sociais, ataque aos direitos humanos) está dando a tônica da atividade legislativa.

 

REGULAÇÃO DA MÍDIA - O próprio presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, afirmou que qualquer projeto de regulação dos meios de comunicação só será encaminhado para votação “por cima do seu cadáver”. Embora, o  ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, têm dado declarações públicas de que a pauta da regulação dos meios de comunicação será tratada neste mandato, entendemos que é pouco provável considerando a conjuntura e o desenho político da representação legislativa vigente.

 

Outro fator relevante a observado é a questão da Política Nacional de Participação Social, que não foi reconhecida pelo Congresso Nacional como necessária ao fortalecimento da democracia brasileira. E, portanto, representou mais um anacronismo ao processo de fortalecimento dos espaços de participação e controle social. 

A CPI DOS PLANOS DE SAÚDE que foi proposta pelo deputado Ivan Valente (Psol-SP) no início da atual legislatura. Valente obteve todas as assinaturas necessárias, mas a instalação da comissão foi barrada por Cunha, que alegou "falta de foco". Para entender tal postura do Presidente da Câmara vemos que presença dos planos de saúde na política tem ficado cada vez mais acentuada.

OLHAR DA CNBB - Ao falar sobre a atuação do Pode Legislativo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) acusa o que chama de “aceleração da agenda política”, realidade que deixaria o Executivo na defensiva. A entidade também acredita que esta iniciativa do Congresso faz propagar a tese de que se vive quase um “parlamentarismo” no Brasil. “Estabelece-se assim um rito sumário de condenação, agravando os direitos fundamentais da pessoa humana, seja ela quem for. Não se faz justiça com açodamento de decisões ou com uma lentidão que possa significar impunidade”, afirma o documento da CNBB.

 

UMA AMOSTRA - Dada à complexidade e amplitude das ações e iniciativas em curso no Congresso Nacional. Fizemos nesse informe um pequeno recorte e, portanto, as proposições legislativas destacadas, bem como as ações empreendidas no parlamento e aqui explicitadas, não esgotam a pauta, mas representam uma tentativa de iniciar a discussão e conhecimento do que está acontecendo no âmbito do Poder Legislativo.

 

PACTO FEDERATIVO
 
- Comissão Especial destinada a analisar e apresentar propostas com relação à partilha de recursos públicos e respectivas obrigações da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal (Pacto Federativo) (CEPACTO).
Comentário: Foi apresentado Parecer pelo Relator, Deputado André Moura - (PSC-SE) apresentou em seu parecer à comissão especial do pacto federativo, 12 anteprojetos de alteração legislativa para rever a divisão do bolo tributário. Confira:
PROPOSTAS DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Apresentadas:
- Amplia de 10% para 12% a parcela do IPI repassada a estados e DF, com redução do teto por estado de 20% para 10%;
- Aumenta o repasse ao FPE de 21,5% para 22,5% (0,5% em 2016 e 0,5% em 2017);
- Inclui critério população no rateio da cota-parte de 25% do ICMS para municípios (60% proporcionalmente ao valor agregado; 20 % proporcionalmente à população e 20% na forma que dispuser a lei estadual); 
- Prorroga por 15 anos (até 2030) prazo para irrigação da aplicação de percentuais mínimos dos recursos para irrigação nas regiões Centro-Oeste e Nordeste (20% e 50%, respectivamente), com metade para agricultura familiar; e
- Torna o Fundeb instrumento permanente de financiamento da educação básica pública. Atualmente, o Fundeb tem prazo de vigência até 2020.
 
 
 
PROJETOS DE LEI
 
- Zera alíquotas do PIS/Pasep sobre receitas de estados, DF e municípios ou de transferência para esses entes; 
- Garante complementação da União quando gastos com professores passar de 60% dos recursos do Fundeb;
- Permite, para estados e municípios, uso de parte de depósitos judiciais e administrativos para pagamento de precatórios, parcelas de dívidas e custeio de investimentos em infraestrutura;
- Permite a estados e municípios cobrar de operadores de plano de saúde por atendimentos médicos nos serviços públicos de saúde;
- Amplia prazo para os municípios acabarem com os lixões;
- Aumenta repasse da União para o pagamento de merenda escolar; e
- Inclui reajuste anual do piso dos agentes comunitários de saúde e de combate às endemias, de acordo com o IPCA.
 
- COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA – Câmara Dos Deputados 
       Subcomissão Permanente de Saúde
Presidente: Deputado Odorico Monteiro – PT/CE
Vice-Presidente: Deputado Sergio Vidigal – PDT/ES
Relatora: Deputada Carmem Zanotto – PPS/SC
 
 
- COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA
Subcomissão Especial destinada a tratar da Reestruturação da Organização, Funcionamento e Financiamento do Sistema Único de Saúde – SUS.
Presidente: Deputado Osmar Terra
Vice-Presidente: Deputado Dr. Jorge Silva
Relator: Deputado Paulo Foletto.
 
FONTE: Conselho Nacional de Saúde
 
 
 

 

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