Marcha dos Servidores enfraquece avanço da Reforma Administrativa
6 de Novembro de 2025 às 18:45
A Marcha contra a Reforma Administrativa, realizada na última quarta-feira (29), tomou as ruas de Brasília e se consolidou como a maior mobilização nacional de servidores públicos neste ano. O ato, que reuniu mais de 40 mil servidoras e servidores das esferas federal, estadual e municipal, exerceu forte pressão sobre o Congresso Nacional e provocou o enfraquecimento da proposta articulada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Dezesseis deputados retiraram suas assinaturas da PEC para sinalizar resistência ao projeto, embora o movimento não tenha efeito formal imediato. O recuo ocorreu após intensa pressão popular e sindical, diante de críticas de que a medida prejudicaria a estabilidade e a valorização das carreiras públicas. O gesto representou um recuo político expressivo e revelou a perda de apoio da proposta dentro e fora do Parlamento.
Os deputados que retiraram as assinaturas são:
- Rafael Prudente (MDB-DF)
- Duda Ramos (MDB-RR)
- Emidinho Madeira (PL-MG)
- Pastor Diniz (UNIÃO-RR)
- Haroldo Cathedra (PSD-RR)
- Helena Lima (MDB-RR)
- Marx Beltrão (PP-AL)
- Fatima Pelaes (REPUBLICANOS-AP)
- Murilo Galdino (REPUBLICANOS-PB)
- Zé Aroldo (PSD-RR)
- Nicodemos (MDB-PA)
- Henderson Pinto (MDB-PA)
- Zucco (PL-RS)
- Marissa Boldrin (MDB-GO)
- Coronel Assis (UNIÃO-MT)
- Thiago do Joaldo (PP-SE)
A Marcha foi organizada por centrais sindicais e entidades representativas do funcionalismo e teve início no Museu Nacional da República, seguindo até as proximidades do Congresso Nacional. A Esplanada dos Ministérios foi tomada por faixas, cartazes e carros de som que destacavam a defesa dos concursos públicos, da estabilidade e do serviço público de qualidade.
O impacto da mobilização foi sentido imediatamente em Brasília. Partidos de centro e centro-esquerda, antes dispostos a discutir a proposta, passaram a adotar uma postura mais cautelosa diante do desgaste político. Até mesmo parlamentares da base de apoio de Motta recuaram, evidenciando a dificuldade de sustentar o debate em meio à pressão das ruas.
Com a redução no apoio parlamentar e o forte engajamento das categorias, a Reforma Administrativa entra em compasso de espera no Congresso. O episódio marcou uma vitória momentânea dos servidores públicos, que prometem manter a mobilização nacional para impedir o avanço de medidas consideradas prejudiciais às carreiras e ao serviço público.
Dos deputados federais de Mato Grosso Sul, Luiz Ovando (PP/MS) e Geraldo Resende (PSDB/MS) assinaram a favor da PEC da destruição do serviço público.






